… Não me queiras ver do avesso, diz-se por vezes, em tom de ameaça mais ou menos aligeirada, procurando criar no interlocutor uma pálida imagem do que é capaz a nossa zanga. Mas… ver alguém virado do avesso, mesmo virado, já imaginou?!, quem é que não ficaria espantado com as coisas que ia ver? Ora repare (só) em algumas…
Animais
Caracol: canal do ouvido interno (cóclea, em grego)
Pata de ganso: músculo da coxa
Focinho: termo que os ginecologistas utilizam para definir o colo do útero
Trompa de Eustáquio: canal que une o ouvido interno às fossas nasais
Canino: músculo do rosto que levanta a comissura dos lábios e os lábios inferiores
Crista sagital: excrescência óssea que se forma sobre a sutura sagital, entre os dois parietais
Cauda equina: conjunto das raízes nervosas lombares e lombo-sacras
Geografia
Monte de Vénus: região do corpo feminino acima da vulva
Aqueduto de Sílvio: região anatómica do sistema ventricular, no cérebro
Canal de Cloquet: zona do olho
Atlas: primeira vértebra cervical
Estreito: parte do osso da bacia
Confluência de Pirogoff: região venoso do colo
Beco de Douglas: zona anatómica do abdómem
Circuito de Papez: ligação entre vias corticais do cérebro e do hipotálamo
Árvore da vida: estrutura na superfície do cerebelo
Ponte: parte do tronco do encéfalo
Pirâmides: formações celulares no cérebro e nos rins
Geometria
Trapézio: músculo do ombro
Linha áspera: parte do osso
Cilindro cortical: parte da coluna vertebral
Redondo maior: músculo do ombro
Trígono cerebral: lamina de substancia branca e aspecto triangular
Quadrado crural: músculo da coxa
Arquitectura
Abóboda (ou cúpula) pleural: parte alta dos pulmões
Pavilhão auditivo: parte visível da orelha
Rampa vestibular: cavidade do ouvido interno
Janela redonda: canal entre o caracol e o ouvido médio
Janela oval: parte anatómica da orelha
Cisterna de Pecquet: canal linfático situado ao nível do tórax
Tenda do cerebelo: espécie de saco que cobre o órgão
Claustro: núcleo do cérebro
Forquilha: o esterno
Coroa radiante: conjunto de fibras em forma de leque que irradiam desde o tálamo até ao córtex cerebral
Caixa do tímpano: ouvido médio
Anel de Zinn: parte do olho
Funil: zona da pélvis
Cornetos: laminas ósseas situadas no interior das fossas nasais
Martelo, bigorna e estribo: os três ossículos que formam o ouvido médio dos mamíferos
Coroa ciliar: parte do olho
Cálices: pequenos receptáculos dos rins
(Se desta vos espantai, esperai que lá vem mais)
Meu Deus, o teu baú é inesgotável! As coisas que sabes e descobres!
Abraço de bom fim de semana
Quando estiver com o Rolando, não vos esquecer de perguntar…
Abraço
jorge
Se for assim, então já percebo o Camões…
Obrigado pela tuas palavras, amiga.
Abraço.
jorge
Isso mesmo: não lembra a ninguém! Nem ao demo!
Se calhar, se calhar será mesmo será que dela fizemos navalha como o macaco da lengalenga?…
Abraço.
jorge
E o que mais haverá, Júlia; é melhor nem pensar!…
Abraço.
jorge
Poéticos serão sim, mas que seja sem os olhar, não será melhor?…
Abraço
jorge
Será que ainda temos mais?!…
Se os houver e eu souber, conta com eles!
Abraço.
jorge
Obrigado, Manuel
+E um prazer sabê-lo por estas bandas.
Abraço
jorge
Espetacular sem dúvida. Seria um estrondo se explicasses o que é o Sulco de Rolando. Esta falha é um sulco na perfeição!
Ironia navegante…
Tenho anéis de prata, ouro e peschisbeque, agora de zinn não tenho porque não tenho dinheiro para isso, LOL
Como já nos habituaste é tão interessante ler-te como deve ser a tua pesquisa. Maior só a tua partilha.
beijos
Tecas
Olá, Jorge
Isto é que são mesmo “Coisas do Arco-da-velha”. Nomes que não lembram a ninguém.
Já sabia alguns, muito poucos, três ou quatro, convenhamos. A “cauda equina”, será a cauda que perdemos com o rolar dos tempos?
Interessantíssimo este post.
Abraço
Olinda
As coisas estranhas que temos cá por dentro! Gosto muito do que vou aprendendo por aqui.
Beijo.
Júlia
Delicioso. Alguns nomes conhecia, outros não. Mas há nomes quase poéticos…:)
Abraço
Madalena Gomes
E fico à espera que venha mais, pois com esta me espantei e muito aprendi!
Abração
Tenho de voltar a ler e até reler, porque este post é um tratado.
Já estou habituado a fazê-lo aqui, mas hoje gostei particularmente
Manuel Fernandes