Estar à brocha, amiga Alexandra, tem razão quando considera que não é uma frase feita a partir de um jargão. De facto não é. A sua dúvida, no entanto, torna-se sem solução porque deriva de um pressuposto enviesado, consequente de um caso homófono; brocha e broxa. Broxa, sim, pincel de pintura grosseira ou de caiação, é que não parece – e não é – o miolo da origem deste dito que se crê de raiz nortenha. Daí a sua perplexidade (…) o que é que um pincel tem a ver com estar aflito? (…).
Nesta caso, será, então, brocha. Que, é bom que se diga, tem várias significações: pode ser a lingueta que segura a roda, na extremidade do eixo, nos antigos carros de tracção animal; no Minho também é a correia ou tira de couro ou de pano que segura as tamancas ou os socos e – esta é que importa – é a correia de couro que liga a canga ao pescoço do boi.
Ora, qual é o sentido genérico da expressão? É, como sabemos, estar em aflições, em dificuldades, em quaisquer situações mais ou menos críticas ou angustiosas.
Estar à brocha é estar em circunstâncias de dificuldades psicológicas, mas também no meio de entaladelas físicas. Que é o caso dos bois quando acontecia terem de puxar os carros excessivamente carregados na parte traseira, o que originava que a correia (a brocha) que os cinge por baixo da barbela, esticando-se, lhes provocasse um tormentoso sufoco.
Ficavam à brocha!…
(ver estar à rasca)

(a carga bem se leva, a sobrecarga é que pesa)
Isso é verdade, Teresa; mesmo que se queira passar-lhes ao lado…
Abraço.
jorge
Sempre amigas e condescendentes as tuas palavras, amiga.
Abraço.
jorge
Amáveis, muito amáveis as suas palavras. Obrigado.
Já deve ter recebido as chaves de acesso ao Péssanga. Gostarei de a ler por lá.
Abraço.
jorge
Ora, ora!, és lá tu homem para ficares à brocha!… Mesmo na minha rua.
Agraço, companheiro.
jorge
Obrigado, Pedro. É um prazer a sua visita.
Abraço.
jorge
Às vezes andamos mesmo à brocha com coisas que se vão passando por aí!…
Um manancial de sabedoria por aqui. Sempre!
Abração.
Uma lição límpida e bem disposta, com uma bela ilustração.
Que mais se pode pedir de um professor?
Recomendaram-me, recomendaram-me que viesse. Fiz a vontade e quando entrei já não queria sair. Um sítio de mão cheia. E ainda não li mais do que dois artigos.
Agora vou-lhe pedir entrada no Pessanga. Recomendado, evidentemente.
O livro, onde o encontro?
Quem fica à brocha sou eu com as explicações que tu sempre desencantas. Já te disse e volto a dizer que é por essas e outras que eu digo a toda a gente que és o melhor da tua rua.
Abração, moço.
Uma delícia. Adorei a explicação que francamente não conhecia.