
Será porventura curioso reparar que o lenço, ao longo da sua história, teve uma infinidade de usos, mas nunca para assoar o nariz!…
Os romanos usavam-no (e levavam consigo sempre mais do que um) para limpar o suor da cara e do pescoço; por isso lhes chamavam facilia. Também eram empregues para proteger a garganta do frio e a cabeça do sol; ou para cobrir o rosto, como fazia Nero nos espectáculos circenses.
Os gregos, por outro lado, usavam o que nomeavam como athone, indistintamente como lenço ou guardanapo. O lenço de bolso aparece em Veneza, por volta de 1540, baptizado de fazzoletto e era especialmente utilizado pelas prostitutas.
É de salientar que nunca ninguém se preocupou com a sua estética, até que, no século XVIII, Maria Antonieta determinou que deveria ser quadrado. Até aí austeros e sem graça, os lenços passaram a ser profusamente decorados. Assim nasceu o chamado ‘a la fleur de Marie’, que toda a pessoa elegante, homem ou mulher, deveria transportar na mão…
Em 1924 a firma americana Kimberly-Clark modernizou definitivamente o lenço criando os descartáveis Kleenex, que se tornaram o produto ideal para evitar a propagação de germes e aliviar o trabalho das donas de casa…

PS – E (quase) acabou com os lenços ranhosos dentro dos bolsos, também! 🙂
Ah, como adoro essas resenhas históricas sobre objectos e usos! Tenho uma sobre o anéis, algures encafuada numa caveta, feita para uma enciclopédia. Uma vez mais, acho interessantíssimo esse movimento de acompanhar uma coisa através dos tempos. Gostei muito! 🙂
O teu poder se síntese é fantástico. Permites que imprima os teus posts e os dê a conhecer?
Beijinhos
Não conhecia a história do lenço 🙂
olha a margarida tem razão… os lenços dos namorados eram uma bonita tradição
E como aliviou!!!! É que a meio do séc. XX servia mesmo para assoar e não havia máquinas de lavar.
Mas foi esquecida uma citação breve ao lenço dos namorados do Minho… Era um símbolo de fidelidade, ou de exigência dela?