
Do fado coimbrão…
Não seria, porventura a mesma Amélia, que no Alto Minho…
Tem um tear e não tece…
O pai chamou por Mélia…
Ou, agora das sargaceiras da Apúlia, em terras de Penedono, ou mesmo na minhota Amaras…
Ana, ó Ana!
Senhora minha mãe, vou já!…
Ouve-se, a três vozes, em Tavira, a última como moda de balhar…
Ti’Anica, ti’Anica
Ti’Anica da Fuzeta
A quem deixaria ela
A saia da barra preta…
Ainda, Aninhas, é jogo de roda lá para as bandas do Ribatejo!
Ó Delaide, ó Delaide
Tu mãe está-l’a chamar…
Assim cantavam as moçoilas serranas de Manhana.
Aurora tem um menino
Tão pequenino…
Estribilho cantado há mais de século e meio em Leça da Palmeira, que acabou por lá fora muitas e bastas léguas…
Balbininha, Efigénia, Filomena eram protagonistas de trovas ouvidas no Alto-Côa, Vinhais e Miranda.
Chora agora, Carolina, chora…
Que se cantava em Bragança. Ou…
Elisa, Elisinha, lá para as bandas de Mogadouro.
Ainda em terra mirandesas…
Querida Júlia
Meus eternos ais,
Ora vem comigo
Deixa lá teus pais…
Laurinda, Laurindinha a que
vem à janela ver o seu amor…
Foi coro de amores minhotos que se espalharam durante a Grande Guerra.
A Maria Cachucha, do Carmo ou Paula, eram de Monchique.
Maria Augusta
De cabeleo arrepiado…
Esta aqui é de Sernancelhe.
Margarida vai à fonte…
Foi às fontes de todo o lado sem que alguma vez se tenha descoberto de onde veio e quem primeiro versejou…
Assim foi o mesmo com
Ó Margarida moleira
Que é da saia que te dei? ou
Deita trigo à cevada…
Mas, de certeza, de Aljustrel…
Se fores ao mar
Pesca-me uma Margarida…
Cantam em coro, à maneira campaniça. Marias, Claras, Margaridas, Amélias, Laurinda, tantos, tantos outros nomes…
Talvez que, apesar disso, Rosa ainda seja o mais cantado…
Rosa, tirana…
Rosa pastorinha, Linda Rosa,
Rosa Branca, Rosa Negra, Rosinha.
A Rosa é do Minho até ao Algarve, dos Açores à Madeira…
São rosas!
Rosinha…
Aqui estou à tua porta
Mas não posso estar contigo…
E estas mulheres, gente de ser apenas gente, inspiraram poetas, músicos, trovadores, com o seu bem-querer, com os seus amores e desamores, despeitos e impecilhos, galenteios e dores de alma, que o povo canta, não esquece mesmo que…
Rosa, ó Rosa
Rosinha do meu coração…
…
Não veio, não veio
foi falar ao seu amor.
