
Era, sim senhora, o quiosque da então chamada Praça Nova, hoje dita Praça da Liberdade. Exisitir, exisitir, isso é que não! Nem a Praça (a Nova) existe!…
A Casa da Câmara foi demolida, algumas ruas e ruelas adjacentes também, para que nascesse a Avenida dos Aliados, tal qual como hoje se conhece (é verdade que a avenida era para ser bem mais comprida, mas um desaguisado, nunca resolvido, com o Bispo por causa da Igreja da Trindade, acabou com a implantação da Câmara mesmo à frente da Igreja da Trindade. Até hoje…).
Mas voltando à Praça Nova, e ao quiosque (que se pode ver, embora só metade, à direita da fotografia, mesmo em frente à estátua de D. Pedro IV). Era seu proprietário uma figura curiosa e bem conhecida. Chamava-se Sebastião e, na efervescência política da altura, entendia por melhor mostrar-se correligionário de todos os seus fregueses. O quiosque, como tod

Ou seja, o Sebastião, era correligionário de todos os seus clientes!
Morreu pelos anos vinte. Deitaram o quiosque ao lixo e, mais ou menos no mesmo sítio, veio a nascer uma casota que vendia bilhetes para o boxe, no Palácio de Cristal…
Depois, muito tempo depois, a Praça Nova que já era Praça da Liberdade, junto com a Avenida dos Aliados, ficaram cinzentas… como as ratazanas.

Eram outros os castelos de que eu falava, senhor! Até parece que não sabe… Já alguma vez ouviu falar em "fazer quiosques no ar"? Ora!…
🙂
Os Aliados, já eu os vi em várias versões, mas, infelizmente, sempre em foto. Quando por lá me passeei, já era tudo pedra. Bom, é possível que ainda fosse ajardinado aquando do meu primeiro S. João por aí, mas como era de noite e o povo era imenso, pouco ou nada eu vi então.
Merci bien.
APC
Olha que essa de 'antes quiosques que castelos' eu não subscrevo, não! Não abdico de ambos. Mesmo que uns tenham sido pura e simplesmente dizimados (ainda gostava de saber o porquê!…) e outros, a maioria, estejam, por montes, vales ou nas arribas viradas ao mar, miseravelmente abandonados num inequívoco sinal de quem não tem o mais ténue respeito pela sua História (seja ela qual for). Mas adiante…
Adiante ia eu a ver-te, na Praça Nova, de guarda-roupa actual!… Devia ser bonito, devia!…
E também tenho pena que não tenhas conhecido a multifacetada e multicolorida Avenida dos Aliados de há uns anos atrás…
(um destes dias trarei aqui, à estampa, algumas fotografias desses tempos…)
E… nos dizeres que entendeu por esclarecidos não ache, Vossa Senhoria cousa para penhorar. Um seu criado, sempre às ordens!…
abraços!
gaivota
Talvez não seja despropositada a ideia de criar um 'Movimento de Ressurreição dos Quiosques', não achas?…
abraços!
Baila sem peso
Sempre fico 'sem peso e sem medida' quando leio os teus versejados comentários. Deixa-me, desta feita, manifestar veementemente um desacordo:
' o sítio, (NÃO) é o mesmo na verdade!'…
De resto…
abraços!
Bartolomeu
Ó meu amigo!, não está cá o Sebastião, mas estou cá eu! Vamos embora!…
(coitado do Sebastião!, morria outra vez, sem tempo de dizer ai, mas agora de susto…)
abraço!
Justine
até que o Povo queira!…
abraços!
leitores anónimos
vos agradeço!
tintapermanente
…como as ratazanas e como o ambiente que se vive neste país, por todo o lado!
E assim fiquei a conhecer mais um pouco do Porto:)))
🙂
Seguindo um pouco o raciocínio da APC, imagino como seria entendida pelos daquela época, uma "visita" de alguém como nós, nos nossos trajes, nos nossos modos, nos nossos carros.
Eu não tenho dúvidas, se me fosse dada essa oportunidade, a primeira coisa que faria era dirigir-me ao quiósque do já nosso intimíssimo Sebastião e dir-lhe-ía: Oh seu judeu alpinista… você sabe que é imortal? É verdade homem! Olhe ainda à poucoxinho a sua figura foi evocada no blog do nosso amigo Tinta, que é outro imortal como você.
O que é um blog? perguntar-me-ia o Sebastião.
Mau, mau, mau… não venha daí com a conversa que não conhece…
Mas que raio é isso de blog? insistiria o Sebastião.
Olhe, um blog é mais ou menos o mesmo que todos esses seus jornais, juntos num só, que por se encontrarem em regime de condomínio, são forçados a aceitarem-se mutuamente.
Condomínio, que raça de coisa é essa? perguntaria cada vez mais intrigado o nosso amigo.
Olhe oh meu caro Sebastião… esqueça! melhor… feche o quiosque, entre aqui no meu "BMW" e vamos até ao Kapas, degustar uma fráncezinha.
BMW, Kapas, mas deque é que você me está a falar? perguntaria ele atónito?
Irra… você parece-me extra-terrestre, Sebastião, mas afinal… em que mundo é que você vive, que não está a par de nada?
;))))
Achei muito engraçada a "moda" do Sebastião
Uma forma de fazer negócio
sem desperdiçar um tostão!
E o fadinho corrido a enfeitar
"…a terra me está devendo"
eu pago à terra em vida
ela me paga, em morrendo
e é bem certo que o alpinista
sobe muitos degraus querendo 🙂
e vivendo e aprendendo…
e a Praça por lá está
seja cinzenta ou não
Nova passou a Liberdade…
o sítio, é o mesmo na verdade!
Meu beijo
bem ilustrado um pouco do nosso país, aí ao norte, a praça da liberdade!
e os quiosques, já em desuso, que pena!
beijinhos
Brilhante! Adorei! E tenho a agradecer o amável gesto de esclareceres esta sua visitante, cuja memória iludida já vê quiosques onde os não há – antes quiosques, que castelos, mas adiante! 🙂
E a verdade, é que me deu vontade de me passear por ali, naquele tempo de carroças em que o chão se encontrava limpo e o ritmo seria outro. Duvido é que conseguisse ter guarda-roupa à altura, se me dissessem para lá ir agora mesmo!
Talvez (soubesse eu o que sei agora) me dirigisse ao quiosque para comprar o jornal (até a caricatura do Sr. Sebastião foste buscar!, és bravo!)… Talvez até ficasse mal vista, não sei, por lá me dirigir sozinha (uma lady num pasquim de tons politiquentos!)…
Mas a passagem pelos Aliados, daquela forma que eu já não cheguei a ver, ao vivo e a cores, merecia isso muito bem merecidinho.
Pelo que te mereci de resposta tão informada, os meus agradecimentos.
E um abraço.