
O leão convidara três outros animais para caçar (a bezerra, a cabra e a ovelha, isto na versão de La Fontaine), com a combinação de dividir depois os despojos da caça. Graças ao esforço comum, então, um veado foi morto, sendo então repartido conforme o número de caçadores. Falou, então, o leão, tomando para si a primeira peça: Esta é a minha, e a razão é que eu chamo-me leão. Quanto a isso ninguém teve que objectar. A segunda também ainda me cabe, por direito: o direito do mais forte. E como o mais valente, também reclamo a terceira. Quanto à quarta, se algum de vós lhe tocar, pode ter a certeza que o estrangulo, rematou o leão, acabando com qualquer dúvida que porventura houvesse.
Na versão de Esopo, os animais são apenas três. Morto o veado, o leão mata também o asno, dizendo à raposa que é para eles ficarem com pedaços maiores. Porém, a raposa, finória, diz que não será necessário, porque está com muito fastio. E vai-se embora deixando tudo ao leão…
(a raposa, seja por La Fontaine, Leonardo da Vinci, Esopo, Stevenson, Fredo e outros, é sempre considerada e retratada como astuta, sagaz, hábil e batoteira; daí a generalidade de fina como a raposa)
Originariamente, destas fábulas e com sentido em tudo semelhante, também é oriunda a expressão contrato leonino.
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(em todos os negócios deve haver escolher, supor e aceitar.
escolher o melhor, supor o pior e aceitar o que convier)
Este contrato leonino nada tem a ver com futebol… espero.
Abraço
gostei da fábula (já hoje a tinha lido, quando pesquisava a águia e a coruja) tão actual nos dias de hoje…
bom fim de semana
A moral da estória é interessante.
Tenho que tomar partido? 🙂
Pois sendo assim escolho a raposa, que é cá das minhas…
Já agora: quem fotografou o leão?!…:)
Ainda bem que há raposas atentas, assim se vão safando dos leões que por aí andam.
Abraço
Ora muito bem!
às vezes é caso para dizer: “Eles comem tudo!”
sempre a lei do mais forte…
Eu tinha uma ideia diferente do significado da expressão. Julgava eu que significava ficar com a melhor parte! Mas não, significa ficar com tudo e, por meios pouco recomendáveis!
Sempre se aprende por aqui
:))
É curioso como as fábulas se aplicam à vida…
Um abraço.
A versão de Esopo é menos infantilizada e mais inteligente. Mas – passo a ingenuidade – que é feito da ideia de ganho-ganho na negociação? Porque não um pouco de fé numa reciprocidade vantajosa?…
Bom… Deve ser por estas e outras, que eu não sou rica! 😉
Um rico abraço, sem negociações.
A inteligência é sempre superior à força 🙂
Saudações Tasqueiras.
Eu cá acho que haverá sempre uma raposa a “dar a volta” a um leão…
Se a versão da “parte de leão” fosse reescrita, seria necessário fundir os autores e também de fundir e renomear os ambientes e os personagens. Assim, à selva passariam a chamar portugal, ao leão, sócrates, ao tio a bezerra, ao primo a cabra, ao que esteve na reunião mas que o leão não conhece, a ovelha,aos ingleses a raposa. Resta o burro que, claro esta, só pode ser um… o povo e mais nenhum.