Qualquer que seja o delírio dos reis, quem paga são os aqueus, com esta sentença, Horácio alude à briga entre Agamémnon e Aquiles, narrada no primeiro canto da Ilíada, que provocou tantas mortes entre os aqueus.
Assim, são sempre os súbditos que sofrem as consequências de todas as dissensões e loucura dos comandantes. Desta alocução acham-se várias referências, ao longo dos tempos. La Fontaine narra a fábula das rãs que assistem preocupadas à luta entre dois touros temendo, com razão, que o touro derrotado acabe por pisá-las.
Mesmo nas tradições proverbiais modernas encontramos, por exemplo, em alemão quando os senhores se engalfinham, os camponeses precisam de emprestar-lhes os cabelos ou, ainda, o russo enquanto os pastores se atacam, os lobos devoram as ovelhas.
Há um velho provérbio minhoto que diz, também a propósito, os fracos fazem penitência pelos pecados dos fortes.
Sempre existiram aqueus…

Ou… quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão!!!
Obrigada por mais esta lição.
Um abraço
Assim sendo, eu estou a pagar por quem ?
D. Galinha
Toda, toda a razão !
Tens toda a razão !
É verdade meu Amigo; sempre existiram e continuam a existir, infelizmente, talvez cada vez em maior número!
Abraço
Maria Mamede
mas também se diz “dos fracos não reza a história”… claro que terá sido escrita por algum fortalhaço
Mudam as gentes … mas só isso não é? Os erros e as consequências são e vão para os mesmos , desde sempre.
Interessante mesmo.
Beijinhos
“…‘os fracos fazem penitência pelos pecados dos fortes’.
Sempre existiram aqueus… “””
Quanta verdade.
Adorei o teu post, fiquei a pensar.