A frase vai para o diabo, que se usa, com sentido depreciativo, em vários países, não teve, ao contrário do que poderá parecer, uma origem relacionada com o demónio ou qualquer outra coisa parecida. A história da evolução desta expressão – melhor dito, desta praga – parece ser esta:
Na Idade Média, havia em Londres, na Fleet Street, uma famosa taberna chamada The Diable and S. Dustan. Ignora-se por que razão tal estabelecimento se chamava assim, com o glorioso santo saxão a emparceirar com tão má companhia…
O facto é que até Sir Walter Scoot lhe faz bastantes referências nas suas obras. Com o andar dos tempos, instalaram-se à volta da taberna vários escritórios de advogados. E quando estes iam almoçar ou tomar uma bebida aquele local, era costume pôr à porta um cartão em que diziam aos clientes que os procurassem fui ao Diabo e S. Dustan. Mais tarde, com o uso e com o jeito peculiar dos ingleses para sintetizar tudo, passaram a indicar somente fui ao Diabo…
A loja, no entanto, começou a ser mal frequentada e ir ao Diabo passou a ser tido como falta de decoro e respeitabilidade. Um advogado que fosse verdadeiramente um cavalheiro, por isso, não deveria ir ao Diabo. E, se lhe diziam que fosse lá, é porque o entendiam indigno de conviver com cavalheiros. A frase popularizou-se, passou para o continente e, mais tarde, o sentido alterou-se para o que tem hoje.
E quando não queremos que alguém nos incomode, mandámo-lo ir para o Diabo, sem termos a noção que este Diabo começou por ser uma simples taberna…
Coisas do Diabo…

Cá vim eu aprender mais umas coisas…
Bem interessante! Desconhecia esta inspiração da expressão.
Há coisas que não lembram ao Diabo, sem dúvida!
Há coisas do Arco da Velha! :):)
Sempre a aprender, por aqui…
Entre a Taberna e Fleet Street, venha o diabo e escolha! Estou a lembrar-me do jornalismo, eventualmente mais no de cá…
Um gosto de saber!
Magnífico! Seria mais estranho se a expressão fosse “ir para os anjinhos”…
Abraço
São mesmo coisas do diabo. Um bom fim de semana.
ui…….
não gosto nada do diabo.
só gosto de anjinhos e côr de rosa
Chuac!_
“Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?”
(Álvaro de Campos)
Eu também cheguei aqui e lá aprendi uma coisa do diabo. Sabe sempre bem esbarrar com tanta informação
Beijinhos
Muito interessante. Realmente ignorava totalmente essa origem.
Bom fim de semana
Um abraço
Todos los días se aprende algo nuevo.
Besos
Ainda não “digeri” os dias da semana e já cá está mais uma expressão que me deixa desconcertada. Quem, senão tu, para me esclarecer sobre a origem… deste “ir para o diabo”,
Valeu a pena, aliás, como semore. vir cá.
Um abraço
O Blog tá muito legal!
Bons posts!
Parabéns!
Pois: pelo “Carolina”… claro, lá para outras bandas… O que andrias por lá a fazer?…
O Rainha agora já não é o que era. Está lá a DREN ao que parece…
Um abraço.
curioso como sempre!
lembrei-me dum conto delicioso do james joyce…
…”o gato e o diabo”.
.beijO
Uma taberna onde por certo se comia bem e bebia melhor. Há coisas que nem ao diabo lembram. Por que razão se teriam juntado o santo e pecador?
Abraço
p.s.Não queres aderir a um desafio meu? Só um? Vais dizer não já sei!
Li os mais recentes posts sempre cheios de curiosidades interessantes… às vezes, fico-me pela outra página e esqueço-me desta…
Tudo cambada do seu tempo, lá para os lados do Porto por aquele tempo, pelo Rainha Santa Isabel, perto do Alexandre herculano…
Abraço.
Esta nem fazia ideia. 🙂 Vou sempre daqui mais rica de saber. E de histórias deliciosas.
Ó Diabo! Esta é novidade absoluta. Então e onde fica o resto da frase que tanto se utiliza “… que o carregue”, seria o taberneiro que os carregava quando tinham um grãozinho na asa?
O culpado destas perguntas todas és tu, pões aqui o pessoal a a fazer viagens no tempo e no espaço e depois surgem as dúvidas. felizmente que não são existenciais 🙂 Um beijo e obrigada por mais este momento de sabedoria.
Sim, coisas que não lembram ao diabo, de facto! E tão bem explicadinho, que delícia! 🙂
De resto, até que ponto não seriam os bares sentidos como espaços onde o melhor e o pior (em termos de valores cristão) se poderiam facilmente tocar?! Se formos a ver bem, funcionaria como uma espécie de alternativa às obrigações da rotina: a família esperava em casa, e o homem como que cometia uma espécie de pecadilho ao dar essa escapadela para conviver em tertúlia masculina, ou para beber descontraidamente, ou…!
Lá estaria o diabinho, a digladiar-se com o santinho…! 🙂
Um abraço grande!
Desconhecia, em absoluto…..
Aprendendo sempre, por aqui….
Surpresa total, desta vez!
E vejam bem a influência que um bar pode ter na nossa vida, ou pelo menos na nossa linguagem…